Este blog será construído dia a dia de acordo com o trabalho desenvolvido com os alunos do Ensino Fundamental do CMRJ. Os alunos terão aqui o que o nome mesmo indica: tudo aquilo que vai além da sala de aula, que ultrapassa os limites ("limitantes") de uma sala de aula tradicional. Além dos alunos para quem este blog é diretamente produzido, pais, colegas e amigos serão sempre bem-vindos com suas críticas, sugestões, dicas e apoio. Contamos com todos vocês!
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Elementos da Narrativa - Nota de Aula 1
Espero que gostem!
2 comentários:
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Achei melhor fazer um resumo , estou postando para vocês amigos:
ResponderExcluirElementos da Narrativa
Introdução
A narração é um relato centrado num facto ou acontecimento; há personagens a actuar e um narrador que relata a acção. O tempo e o ambiente (ou cenário) são outros elementos importantes na estrutura da narração.
O Enredo
O enredo, ou trama, ou intriga, é, podemos dizer, o esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos. Geralmente, o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa; podemos ter um conflito entre o homem e o meio natural (como ocorre em alguns romances modernistas), entre o homem e o meio social, até chegarmos a narrativas que colocam o homem contra si próprio (como ocorre em romances introspectivos).
Em O Ateneu o enredo desenvolve-se a partir da entrada do menino Sérgio, aos onze anos de idade, no colégio interno. Colocado diante de um mundo diferente, sem estar preparado para isso, o menino vivência uma série de experiências e acontecimentos que culminam com o incêndio e a consequente destruição do colégio.
O Ambiente
O ambiente é o espaço por onde circulam personagens e se desenrola o enredo. Em alguns casos, é de importância tão fundamental que se transforma em personagem, como no caso do colégio interno em O Ateneu, de Raul Pompéia, e da habitação colectiva em O cortiço, de Aluísio Azevedo.
O Tempo
Observe, no fragmento de O Ateneu, como o tempo é um elemento importante: "Eu tinha onze anos", afirma o personagem-narrador (perceba a expressividade do pronome pessoal e do verbo no pretérito). Fica caracterizada, assim, uma narrativa de carácter memorialista, ou seja, o tempo da acção é anterior ao tempo da narração. O personagem-narrador na sua vida adulta narra factos acontecidos durante a sua pré-adolescência.
As Personagens
Os seres que actuam, isto é, que vivem o enredo, são as personagens. Em geral a personagem bem construída representa uma individualidade, apresentando, inclusive, traços psicológicos distintos. Há personagens que não representam individualidades, mas sim tipos humanos, identificados antes pela profissão, pelo comportamento, pela classe social, enfim, por algum traço distintivo comum a todos os indivíduos dessa categoria. E há também personagens cujos traços de personalidade ou padrões de comportamento são extremamente acentuados (às vezes tocando o ridículo); nesses casos, muito comuns em novelas de televisão, por exemplo, temos personagens caricaturais.
A personagem Sérgio, do romance O Ateneu, constitui-se numa individualidade, ou seja, numa figura humana complexa que vive conflitos com o mundo exterior e consigo mesmo. Já o director do colégio, o Dr. Aristarco, embora não seja uma caricatura, apresenta alguns traços de personagem caricatura.
O Nome das Personagens
É interessante observar como os bons escritores se preocupam com a relação personagem/nome próprio. Veja Graciliano Ramos, em Vida secas: Vitória é o nome de uma nordestina que alimenta pequenos sonhos, nunca concretizados; Baleia é o nome de uma cachorra que morre em consequência da seca, em pleno sertão nordestino.
Machado de Assis é outro exemplo brilhante; em Dom Casmurro, o personagem-narrador chama-se Bento e tem sua vida em grande parte determinada pela carolice da mãe, que queria torná-lo padre.
Lima Barreto também trabalha muito bem o nome dos seus personagens: Clara do Anjos é uma rapariga negra que é engravidada e abandonada por um rapaz branco; Isaías Caminha é um escrivão (lembra-se do Pero Vaz ?); Quaresma é um ingénuo nacionalista que morre às mãos de um ditador.
Oi, Matheus! Que bom que você está participando aqui do nosso blog. Vejo que está estudando...
ResponderExcluirPeço-lhe, apenas, cuidado para não recortar e colar informações aqui sem dar os devidos créditos a quem as escreveu. Você pegou esse seu resumo em um site da Internet, não foi?
Outra coisa importante é a adequação à idade de seus colegas. Afinal, vocês ainda não leram alguns livros usados como exemplo nesse texto.
Seja sempre bem-vindo!